5 de fev. de 2017
Fragmentos de uma ses(são)
Você entra. Senta, chora. Fala de vazios, espaços que já não fazem mais sentido; por vezes, insone ou com muito; sem fome ou com muita. Detalha os receios, sente o medo chegar, confunde horas, dias, reflexos no espelho. Pergunta se eu já ouvi história mais triste e, antes que eu responda, decide continuar.
Insiste que eu fale, diga algo, resolva, decida por você. Eu, fico em silêncio por respeito à esta dor que somente você conhece e eu ainda não posso acessar. Ainda. As conexões que se constroem através da escuta e da fala são profundas e alcançam entendimentos e transformações. De novo, profundas.
Com o tempo, eu falarei também. Quando for necessário. E breve, você não será mais a mesma: após tantos mergulhos, voos, saltos e descansos, descobrirá lugares outros para continuar e seguir. Em frente.
*
Todo o discurso é planta baixa do inconsciente. O não - dito também tem o seu significante. E a psicanálise é um caminho para quem insiste em ver além. Para ser - si, constantemente.
Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
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