9 de jul. de 2016
O objeto como fim de "escutoterapia". (In)suficiente?
Quem já adquiriu algum objeto para uso de lazer ou trabalho e, após não tê-lo mais, foi acometido por uma sensação de perda, num nível intenso porque parecia ter significado de relação humana?
Esses dias, um amigo foi furtado e relatou o quanto a perda daqueles objetos havia sido significativa, mas de um jeito ruim. Por trabalhar em locais diferentes, precisa viajar bastante e dentro do carro, numa mala, estão os itens de vida diária necessários e o som do veículo, que tantas vezes, foi a sua companhia, nos percussos para casa-trabalho: sensação foi de perda concreta de uma companhia. Ilustro com este exemplo para convidar a refletir sobre as relações imaginárias que criamos com as "coisas" ao nosso redor. O som que me faz companhia, a poltrona que me acalenta, o travesseiro que me ouve, o celular que me faz parecer útil. Nossas relações com seres inanimados tomando configuração de afeto. Algo que pode vir a barrar-encobrir-ameaçar a nossa necessidade de interações essencialmente humanas: pessoa-pessoa.
Fiquemos atentos: vão-se os anéis, ficam-se os dedos. E novos desejos serão (re)feitos.
Fiquemos atentos: vão-se os anéis, ficam-se os dedos. E novos desejos serão (re)feitos.
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