5 de nov. de 2014

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Às vezes o amor não aguenta ser só. Descobri isso aos 7 anos quando consegui convencer a minha avó de comprar dois pintinhos coloridos na feira da cidade: um rosa e um azul. Acho que eu previsava acreditar que podia cuidar de algo. Comida e água, eu mesma trocava. Não lembro da parte difícil, que era limpar a sujeira (e muita) que eles faziam. Uma semana depois, decidi, sozinha e muito segura, que eles precisavam ficar limpos e cheirosos. Comecei com o rosinha. Um banho frio e com direito a delicados esfregões para certificar a limpeza. Deixei-o junto com o outro e fui viver a minha vida de crianca. À noite, no mesmo dia, o pintinho rosa estava morto. Entendi rapidamente que o banho tinha sido demais pra ele. No outro dia, antes de ir pra escola, a descoberta: o azul também havia morrido. Acho que o amor não aguenta ser só. Deve ser isso.

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