23 de fev. de 2013
A garota que não sabia ler
Ela supervalorizava o sexo na relação. E
cobrava de si o tempo inteiro, buscando sempre novidades que pudessem
impressionar o parceiro. Um dia ele disse que a fantasia não era necessária,
mas ela já estava vestida, na roupa e na expectativa. Ele não queria, não
precisava de nada daquilo, só desejava estar com ela, dormir ao lado e viver o
dia-a-dia. Por ele, ela chegando em casa e sentando ao lado para tomar um
chá, já seria suficiente. Mas ela não gostava de chá e não sabia ler. Não sabia
ler o que seu próprio íntimo dizia, os recados que enviava, através dos
“tombos” emocionais que levava. Ela só queria atuar e escrever, sem nem ao
menos saber ler... Ler a si mesmo, antes de qualquer outra tradução.
Ali fizemos treinos
de si mesma, e ela saberia interpretar melhor a sua própria condição de mulher,
parceira e menina. Ali aprendeu a ler seu alfabeto emocional e cuidou em juntar
as letras e formar suas primeiras palavras, seu discurso afetivo e individual.
Saber de si para então, saber do outro.
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